O dia a dia numa base científica é sempre uma aventura. Mais do que o local onde nos abrigamos, comemos e dormidos este é um local onde se está sempre a aprender. As nacionalidades são variadas e convive-se com chilenos, brazileiros, espanhoís, venezuelanos, colombianos, equatorianos, chineses alem dos lusos claro. Esta multiculturalidade cria um ambiente muito próprio onde se fala português, espanhol e inglês e por vezes também uma espécie de “portunhol abrazileirado” (acontece muitas vezes quando começas a falar com alguém em espanhol e de repente compreendes que é brazileiro e o chip baralha-se um pouco!). As regras são necessárias no meio de toda esta convivência entre as cerca de 40 pessoas (em média) que partilham a base Escudero. Além de cientistas existem pessoas responsáveis pela logística e operações e dois cozinheiros, o Christian e o Roberto Carlos (Carlitos como é conhecido por aqui) responsáveis pela preparação das refeições, mas alguns de nós damos sempre uma ajudinha e ao domingo as refeições são feitas por alguém de nós que se voluntaria. O dia começa cedinho e a alvorada é pelas 6.45. O pequeno almoço é das 7 às 8h, o almoço das 13 às 14h e o jantar das 20 às 21h. A comida é bastante boa e bem temperada e embora a carne seja deliciosa já sinto a falta de uma boa salada! Alem das refeições existe um “espécie de cafetaria onde se pode sempre beber um café ou chá bem quentinho (a melhor coisa quando se retorna de um dia de campo por aqui). O bloco 5 é o local onde estou a dormir. Um bloco mesmo ao lado da estrutura central onde existem várias camaratas. A minha é uma camarata para 6 pessoas e por onde já passaram várias companheiras (já esteve cheio, a meio gás, “sola” e agora está de novo cheio). A entrada da base é a sala das botas, uma sala “suis generis” e com um cheiro muito característico. Todos têm que tirar as botas que usam na rua e calçar outra coisa (há por aqui umas crocs mas é tudo do 42 para cima...nada melhor que as minhas sapatilhas!). Na sala de convívio existe um mesa de ping pong e uns matraquilhos para libertar tensões e também uma boa vista que se pode disfrutar do sofá. Neste edifício ficam ainda os laboratórios e também uma outra zona de dormitório. São várias os projetos aqui em desenvolvimento e por isso podemos aprender um bocadinho de áreas distintas de estudo que vão desde a biologia às ciências sociais. Fascinante! Além da ciência conhecem-se pessoas muito interessantes e fazem-se amizades para a vida. Esta é sem dúvida uma grande experiência de vida que nunca vou esquecer! Patrícia Azinhaga Os comentários estão fechados.
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