Novo dia a levantarmo-nos às 5 da matina, para tentarmos apanhar a janela meteorológica que se previa estar aberta durante a manhã. Apesar de um pequeno atraso, o C130 da Força Aérea do Brasil acabou por levantar do aeroporto de Punta Arenas por volta das 10:00 chegando ao aeródromo na península de Fildes cerca de 2:30 depois. O voo foi muito tranquilo, mas a expectativa de sabermos se seria possível aterrar foi aumentando à medida que nos fomos aproximando de King George. É muito frequente o avião chegar perto da ilha e, por a visibilidade ter ficado entretanto muito reduzida, dar meia volta e regressar a Punta Arenas. Pior ainda é o avião aterrar em Fildes e depois não ser possível ir de zodiac até ao navio que está na baía por o vento estar muito forte e as ondas demasiado altas e ter de se voltar novamente para Punta Arenas, por as bases nas redondezas estarem cheias e não haver onde ficar. Foi isso que tinha acontecido há 2 dias com a maioria dos colegas brasileiros com quem viajámos hoje, já tinham posto o pé na Antártida mas tiveram de voltar para o Chile.
Mas assim que saímos do avião soubemos logo que o mar estava demasiado agitado e que as zodiacs não estavam a operar e que dificilmente o iriam fazer durante o resto do dia. Ou seja, não seria possível aos nossos amigos coreanos virem-nos buscar a Fildes como combinado para nos levarem até à península de Barton, onde fica localizada a base de King Sejong em que ficaremos instalados durante as próximas 6 semanas. Contactámos logo o chefe de base chilena de Escudero, París Lavín, para nos acolher até o mar acalmar e podermos fazer a travessia da dezena de quilómetros da baía Maxwell até à base de King Sejong. Durante o resto da tarde, as condições de navegabilidade não se alteraram e assim eu e o Lourenço iremos dormir aqui em Escudero. A base está à cunha mas tudo se resolveu com umas camas de campanha e a enorme disponibilidade do chefe de base e dos chilenos em nos acomodarem. Esta estadia forçada em Escudero permitiu-nos estar com os portugueses João Canário e Eduardo Amaro que estão instalados aqui em Escudero. Foi também muito interessante ver de perto algumas das actividades, da colheita de amostras no campo até o seu manuseamento em laboratório. O projecto deles, CONTANTARC3, tem como objectivo avaliar a contaminação de solos e sedimentos na península de Fildes, mas deixemos isso para serem os próprios a contar. Pedro Pina, Ilha de King George, Península de Fildes, Base Escudero Os comentários estão fechados.
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