Despedi-me do navio espanhol Hespérides e dos meus companheiros de campanha, Pedro Pina e Ana Rita, e desembarquei em Deception no dia 5 de Janeiro. Embora seja a segunda vez que estou em Deception, continuo a ficar espantada com a paisagem desta ilha onde confluem processos de origem periglaciária e vulcânica. A minha primeira impressão deste ano em Deception foi a grande quantidade de neve existente.
Assim que cheguei à base espanhola de Gabriel de Castilla, encontrei o colega de projecto Miguel A.de Pablo que iria embarcar com a sua estudante de mestrado no Hespérides para irem até ao acampamento na Península de Byers. Tivemos então oportunidade de falar sobre alguns pormenores da campanha em Livingston, onde iriamos trabalhar em conjunto. Apesar de não estar planeada, existia uma tarefa a realizar num dos nossos mais importantes locais de monitorização do estado térmico do permafrost em Crater Lake (Ilha Deception). A verificação do estado de uma nova instalação realizada pelo investigador da Universidade de Buenos Aires, Gabriel Goyanes, um registrador automático da humidade do solo na camada activa, com sensores até 1m de profundidade. A camada activa é o solo que descongela sazonalmente. Pela manhã subi a Crater Lake com o apoio dos militares de Gabriel de Castilla para realizar a manutenção dos sensores de humidade do solo. À tarde seria necessário realizar o download dos dados para verificar se estaria tudo a funcionar correctamente. Devido ao mau tempo, o navio argentino Suboficial Castillo, que nos levaria a Calieta Cierva (Península Antárctica), não pode recolher-me e a mais 3 investigadores espanhóis. Seria necessário esperar que a tempestade passasse. No dia seguinte foi impossível sair da base devido à tempestade e apenas no dia seguinte, realizei a última verificação da instalação de datalogger em Crater Lake. Alice Ferreira, 06.01.2015, Ilha Antártica de Deception (Base espanhola Gabriel de Castilla) Os comentários estão fechados.
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