João Canário Deception Island Today we start the transects survey along the Bay. The most interesting one was between Fumarolas and Pendulo, two active volcanic sites. In a distance about 7 km we did 9 verticals with the multiparametric probe. Salinity, temperature, dissolved oxygen, suspended solids, pH and conductivity were measured at each site and at the GdC station the profiles were uploaded in our computer. The analysis of all profiles will allow us to select the best sites and depths for water sampling and Hg isotope incubations. Meanwhile at the station, we discuss with Spanish research specialists in the volcanism of Deception the location of other hotspots where the volcanic activity is more pronounced. Thus, we decided to sampling in two more sites: Telefono bay and Obsidian beach. This sampling will take place in the next days according to the logistics of the other research groups and…of course the weather conditions.
João Canário
Deception Island On day 1, five sites were sampled along the Port Foster Bay, two more than it was previously expected. Therefore, additional incubation work had to be done in the laboratory. Thus, and since the weather was very bad, we decided to stay at the station performing incubations and analysing the data collected with the multiparametric probe from last day. Therefore, on day 2, in the laboratory, Hg stable isotopes work continued and also other trace-elements were analysed in water samples. Additionally, samples (water and sediments) for microbiology were processed. The 75-m probe cable were tested for day 3 for the survey in the Bay. Pedro Guerreiro e Bruno Louro ![]() Após um pouco mais de uma semana de aclimatação às condições de cativeiro iniciámos há dias o processo de aumento gradual da água nos grupos experimentais. A água do mar aqui tem uma salinidade de 29-31 psu, a temperatura da água do mar tem variado entre 1.2 e 2.0 graus centígrados e o oxigénio dissolvido entre 10 e 11 mg/L, e o esforço tem sido para manter as condições no contentor o mais parecidas a estas. Fazemos várias monitorizações diárias e noturnas destes parâmetros, verificamos o comportamento dos peixes e também se respondem ao alimento como forma avaliar aproximadamente o seu grau de habituação ao novo ambiente. Também é necessário manter o mais frio possível as serpentinas que ajudam a refrigerar os nossos grupos controlo... tarefa quase diária é ir “cavar” neve. Outra tarefa é a substituição de parte da água para manter a temperatura, oxigénio e qualidade de outros parâmetros como os níveis de amónia, um composto que os peixes excretam mas que é bastante tóxico quando a sua concentração no meio aumenta. Com uma bomba elevamos água do cais para o nível do contentor e com mangueiras renovamos a água. Mas é necessário ferrar a bomba o que não é nada agradável quando a temperatura da água é pouco mais de um grau e a do ar por vezes está abaixo de zero! Cerca de metade da água dos tanques é mudada uma a duas vezes ao dia, ou de dois em dois dias, dependendo da temperatura ou da alimentação dos animais, mas apenas nos tanques inferiores, para não criar excessivo distúrbio nos tanques superiores onde estão os peixes. Até agora tudo bem, sem mortalidades a atribuir ao cativeiro e já uma habituação à nossa presença e actividades de manutenção. A aclimatação a temperaturas elevadas visa simular o que se poderia passar num processo de alterações climáticas. Assim vamos manter grupos controlo a 2.0 graus, um grupo em água aquecida a 4.0-5.0 graus, que simula a temperatura máxima no limite norte da distribuição desta espécie e um grupo a 7.0-8.0 graus, que constituirá um valor excessivo para a espécie. A aclimatação é gradual, mas mesmo assim rápida, pois subimos 0.5 graus por dia, e depois estabilizamos num período de cerca de uma semana à temperatura final. Queremos ver como a fisiologia é alterada, nomeadamente a resposta hormonal e o metabolismo de stress, e analisar o conjunto de genes que medeia estas respostas, e assim avaliar a capacidade destes animais de responderem a eventos agudos depois de um efeito mais ou menos crónico. Infelizmente as condições climáticas e a logística dificultam muito as experiencias de longo prazo nestas paragens, e o que temos é apenas uma fotografia da resposta a estes efeitos e não uma indicação clara de como a espécie poderá ser afectada. No entanto, o processo de adaptação é lento e ocorre por muitas gerações, e este grupo de animais, os peixes nototenídeos, evolui neste ambiente estável e frio por mais de vinte e cinco milhões de anos. Dado que os peixes na Antártida têm normalmente um tempo de geração longo, é presumível que este não seja suficiente para seleccionar as melhores características a tempo de, como espécie, responder aos desafios previstos para as alterações climáticas dos próximos cem anos – se as capacidades não existirem agora provavelmente não existirão num prazo tão curto e é isso que tentamos medir – a plasticidade molecular e funcional destes animais, genótipo e fenótipo.
João Canário Deception Island The main goal of the MercAntar project is to understand the mercury dynamics in Deception Island's waters. The volcanic is the main source of inorganic mercury (Hg) as previous works showed that there are favourable conditions in Port Fosters Bay to transform the inorganic Hg into organic mercury the most toxic species. So, our work is to use the stable mercury isotopes technique to quantify this process. In the first day we sampled water and sediments in five locations on shore (Fumarolas, Baleeiros, Morature, Colatina and Pendulo) and incubate the samples with Hg stable isotopes. Also near the main channel of the bay we collect 10L of water to determine Hg isotope fractionation, a possible fingerprint for Hg in these waters. Further work was then done at lab in Gabriel de Castilla Station. This project is a collaborative work between the University of Lisbon and the University of Trent in Canada with the support of the Portuguese and Spanish Polar Programs.
José Xavier e José Seco Sono profundo . O navio baloiça suavemente para um lado...e para o outro. De repente, bem longe ouço algo estranho. “É o telefone?” questiono eu ainda sonolento. Acordo e compreendo que alguém me está a ligar. Será algo urgente? Passa-se alguma coisa importante? São 2 da tarde, o que significa que deverá ser algo MUITO importante pois o meu turno terminou às 6 da manhã e estive a trabalhar até às 9.30 da amanhã. Ou seja, estou ainda no primeiro sono. Era o Jon Watkins, o responsável da expedição científica. “José, tens de vir já à ponte do navio! São baleias, MUITAS baleias. Tens de vir cá ver isto!!!!” A excitação era grande na sua voz. Para alguém que já fez mais de 25 expedições científicas à Antártida, isto deverá ser extraordinário...e era!!! Estamos no meio do Oceano Antártico, longe de tudo e de todos, apenas perto das Ilhas Orcadas do Sul, cuja população deverá não passar de algumas mãos cheias de cientistas e suas equipas. Ali, bem no “fim do mundo” estávamos literalmente rodeados de baleias. MUITAS baleias. Eram maioritariamente Baleias comuns (Fin Whales) e Baleias de Bossa (Humpback Whales). Eram muitas em redor do navio. Deep sleep. The RRS James Clark Ross moves smoothly to one side...and then to the other. Suddenly, far away I hear something strange. “Is this the telephone?”, I wondered still half asleep. I wake up and understand that actually that is someone trying to call me. Would it be urgent? Something important? It is 2pm, which means that something REALLY IMPORTANT is going on as my work shift ended at 6am but had others things to do up to 9.30am. Therefore, everyone knew I was in my deep sleep. It was Jon Watkins, the Principal Scientific officer of the Expedition. “José, you must come to the bridge! There are whales, MANY whales. It is worth seeing this!”, said Jon excited. For someone that has made more than 25 Antarctic expeditions, it must be extraordinary...and it was! We were in the middle of the Southern Ocean, far away from everywhere, only close to the South Orkneys (~60 S 47 W), whose population does not reach a few hands of people (only scientists and their teams). Right here, literally in the “end of the World”, we were surrounded by so many whales. There were mainly Humpack and fin whales. There were numerous, some very close to the ship. Vários colegas já tinham passado muito tempo na proa do navio a tirar fotografias do que se estava a passar. Porquê ter de repente tantas baleias aqui? Seria curiosidade delas em relação ao navio? Olhámos para o sonar (equipamento que deteta o que se encontra debaixo de água, usando o som) e percebemos o porquê. Estávamos mesmo por cima de um cardume GIGANTE do camarão do Antártico Euphausia superba, com vários km de comprimento e de largura. As baleias estavam ali por causa do seu alimento! Various colleagues of ours spent considerable time at the bow of the ship taking photos. Why suddenly so many whales here? Were they curious about us? We looked at the Sonar (equipment that detects what is in the water, using sound) and understood why. We were right on the top of a massive Antarctic krill shoal that had km of length and width. Whales were there for their food! Foi incrível estar muito perto das baleias, que com certeza nunca viram um navio na sua vida. A nossa curiosidade e a delas devia ser semelhante. Nessa manhã, além das baleias, havia também muitos lobos marinhos e pinguins de barbicha em redor do nosso navio (além de aves voadoras que nos acompanham sempre: petreis do cabo, albatrozes de sobrancelha preta,...). Ali tivemos mais uma vez aquela sensação de que como estivéssemos num jardim zoológico , mas desta vez eram as baleias a olhar para nós...fantástico!
Após este encontro, com a descrição detalhada registada cientificamente pelos nossos colegas Noruegueses, ficou nevoeiro, o cardume acabou e deixámos de ver as baleias. E este episódio desvaneceu-se tão rapidamente como surgiu. Momentos depois, continuámos com a investigação e usámos uma rede mais pequena (RMT8) para apanhar algum camarão deste cardume, de modo a percebermos melhor quais as suas características (se continha camarão do Antártico ou também havia outras espécies, os seus tamanhos, as suas quantidades). Conclusão: as baleias sabem exatamente o que fazer, e num Oceano gigante, preferem ficar bem juntas do seu alimento. Se, no futuro, precisamos de encontrar o camarão do Antártico, é só procurar baleias. Estamos já entusiasmados com o nosso próximo passo: vamos recolher amostrar em zonas menos profundas e é bem possível que vamos encontrar espécies novas. Continua atento(a)! It was incredible being so close to these amazing animals. Their curiosity was the same as ours. This morning, other than whales, there were also Antarctic fur seals and chinstrap penguins (alnog with flying seabirds that has been with us all through the expedition: cape petrels, black-browed albatrosses...). Then, I had the feeling once again of being in a zoo, in which the animals were the one´s looking at us...fantastic! After this event, that got a full scientific description by our Norwegian colleagues, it got foggy, the Antarctic krill shoal stop showing in the sonar and we stopped seeing the whales. This episode disappeared almost as quickly as it started. A few moments later, we continued with our research work, and used a smaller net (RMT8) to assess the shaol we have seen in oder to understand its caracteristics (if only contained Antarctif krill or other species, its sizes, its quantities). Conclusion: Whales know exactly what to do in the middle of the Ocean, staying close to their food. How do they do that, it is still poorly understood. By the way, if we want to find Antarctic krill, just keep an eye for whales. Next stop: collecting samples on the shallower waters where we may find other species we have not found before. Stay tuned! Pedro Guerreiro e Bruno Louro Hoje foi o aniversário do Bruno! Após um dia de monitorização e manutenção nos nossos tanques decidimos caminhar um pouco pelo sul da península de Fildes, a região mais meridional da Ilha do Rei Jorge, e aquela que não está coberta por glaciares. Mesmo assim o terreno é acidentado e ao deixarmos Great Wall para trás é sempre a subir pelo solo pouco firme ou pelos afloramentos rochosos que mantêm firmes as encostas, ou pela neve fofa nuns locais que passa a gelo e depois a zonas alagadiças onde é possível ficarmos “atascados quase até ao joelho”... Foi por esta zona que o Pedro Ferreira e o João Mata andaram a fazer o seu último corte geológico desta campanha. Mas vale a pena a caminhada. Os declives acentuados das vertentes e os pequenos vales entre colinas formam pequenos ribeiros e lagos, rodeados de musgos, e dos pontos mais altos as vistas são impressionantes. Chegando ao extremo sul podemos avistar a Ilha Nelson, separada desta por um pequeno estreito e quase toda ela coberta pelo glaciar do mesmo nome. Caminhando de volta ao interior, mais do mesmo tipo de terreno... um longo e largo vale conduz-nos agora ao oeste da ilha, para a costa que fica para o lado da Passagem de Drake, o trecho do Oceano que separa a Antarctida da América do Sul, e onde convergem os Oceanos Atlântico, Pacífico e Antarctico. Ao aproximarmo-nos da costa as pequenas colinas rochosas cobertas de musgos e líquenes são o território das skuas, umas grandes aves aparentadas com as gaivotas, e elas defendem-no atacando os invasores com voos picados. Tentamos sempre passar o mais longe possível dos locais de nidificação para não perturbar a vida selvagem, mas por vezes é inevitável não ser ameaçado pelos locais. Da costa vêm-se vários icebergs que pontilham o oceano como pequenas ilhotas em direção ao Drake. Mais perto, uma praia verdejante e nela, o que viemos ver – um grupo de elefantes-marinhos. Guardamos a distância mas o tempo começa a fechar e não conseguimos apreciar melhor estes enormes pinípedes... são todos fêmeas ou machos juvenis... impressionantes mas ainda longe das três toneladas e meia que pode atingir um macho adulto. São quase 18 horas e temos de voltar para o jantar e para a celebração do aniversário! Há prendas – uma T-shirt CHINARE e um envelope comemorativo dos 30 anos da base, já com selo – um item de colecionador. Não há bolo mas há uma bela tijela de noodles com ovos, e há tempo... toca a comer isso até ao fim com pauzinhos!
Pedro Guerreiro e Bruno Louro O Ano Novo Chinês começa hoje, dia 8. Este é o ano do macaco! As preparações para a comemoração já tiveram início há alguns dias. No sábado foi oficialmente inaugurada a sala de exposições da base, que comemora os 30 anos desde a primeira expedição chinesa à Antárctica e mostra as várias actividades do CHINARE – Chinese National Antarctic Research Expedition. A exposição ficará no Edifício 1, aquele que foi em tempos o principal edifício da base, e o primeiro a ser construído. Toda a equipa é mobilizada para as fotos oficiais, o que toma o seu tempo devido à metódica colocação de todos para que nenhuma cabeça fique escondida. Lá dentro, uma maquete com a disposição da base e uma cronologia da construção desta e das outras três bases chinesas na Antártica. Também informação relativa ao Xue Long, o gigantesco navio quebra-gelos que serve a investigação e a logística do CHINARE, e uma recriação da vida na estação nos anos 80. Ahh... e um tapete com a Grande Muralha da China, de onde a base retirou o nome. No Domingo tudo parece calmo e durante o dia há pouco ou nenhum movimento, o que é pouco habitual. Aqui não há fim de semana... talvez seja por ser véspera de ano novo, que na China equivale ao Natal no mundo ocidental, uma época em que a família se reúne. E de facto por volta da hora do almoço muitos estão ao telefone – em Pequim já é meia noite de passagem de ano. Nós ainda temos de esperar pela noite. Depois do almoço voltam a desaparecer – afinal uns estiveram a fazer dumplings, outros a cortar o cabelo das formas mais rid... originais. Segue-se a fotoreportagem digna de uma revista do social! À mesa connosco, o chefe, o responsável das comunicações, alguns membros da equipa técnica, o médico e duas cientistas. Discursos, discursos e podemos começar a comer, entre as iguarias contam-se caranguejo e lagosta, entrecosto caramelizado, salmão, melancia, manga e ananás, uma variedade de torresmos, salada de algas, um peixe cozido, mas também abalones, estomago de porco, pepino do mar, salada de medusa e, tartaruga estufada! Seguem-se os brindes, e a as cerimónias de ofertas. Nós, tal como os restantes membros das equipas técnica e científica, somos presenteados com envelopes comemorativos da base e posamos com o chefe, ao centro, o subchefe, à direita, e o responsável pela manutenção. No entanto, o grande entusiasmo da noite vai para uma actividade em que o telemóvel é rei. Utilizam-no para um jogo em que algum deles oferece dinheiro e o software reparte-o pelos primeiros a clicar no ecrân... uma espécie de roleta digital que mobiliza toda a gente quase toda a gente... nós não temos a aplicação!!! A festa continua para algumas das mais carismáticas personagens de Great Wall 2016: Lao Chang, Lao Pu e Lao Li e Xiao Xi! Lao Fu, o veterano da base, membro da primeira expedição, já por ali passara também. Feliz Ano, Macaco!
José Xavier e José Seco O cruzeiro está recheado de curiosidades. Neste texto tentamos criar uma lista com algumas dessas curiosidades:
This research cruise is full of curiosities. Here´s some of our notes:
Hoje o vento está a 140 km/h (70 milhas/h)!!!!!!! Isso significa que o vento é tão forte que pode arrastar uma pessoa facilmente, arrancar telhados, derrubar árvores e até capotar carros. Não podemos ir para a parte de fora do navio por questões de segurança. Estamos a atravessar uma tempestade Antártica que está a assolar toda esta região da Antártida. Felizmente estamos protegidos pela Ilha Coronation (que faz parte das Ilhas Orcadas do Sul).
Uma curiosidade que nos foi dada pelo nosso colega John Horne: apenas 3% da energia do vento é transferida para a água (ou seja, o que vemos de ventos e de ondas não estão relacionados: as ondas foram formadas muito antes de aqui chegarem, e não apenas pelo vento que estamos a sentir). Se não estivéssemos protegidos, estávamos a apanhar também com ondas de mais de 8-10 metros de altura...Estamos seguros. Quanto tempo iremos ficar aqui? Fiquem em contato... Today, the winds are 140 km/h (80 miles/h)!!!!!!! This means that the wind is so strong that can easily bring down person, bring down trees or put cars upside down. We can not go outside without an autorization. We are going through a huge Antarctic storm that is passing by our study region. Happily, we are protected by Coronation Islands (one of the islands that form the South Orkneys). Uma curiosity given to us by our colleague John Horne: only 3% of the winds is transfered to the water (which means that the waves are not produced by the wind you witness now, but by storms formed somewhere far away that build the swell up (and not by the wind we have now). If we were not protected by this Island we would be in the middle of a storm with 8 to 10 meter waves...we are safe for now. But how long will be in this storm? Stay tuned... Pedro Guerreiro e Bruno Louro O voo do dia 3 foi cancelado devido ao mau tempo e a segunda tentativa, na madrugada do dia 4 foi abortada quando o avião já vinha a caminho. Às 5 da manhã todos de volta à base, acompanhados de um contingente de coreanos que também iria no mesmo vôo. O pequeno almoço está caótico, com cerca de 25 pessoas extra sentados no pavilhão que passou a ser o novo refeitório. Olhando lá para fora é claro que não vai haver voo, as nuvens baixas não permitem a aterragem, e são distribuídos mantas e colchões. A viagem desde a base coreana tinha sido feita por volta das duas e meia da manha, meia hora em Zodiac, estão cansados e não se sabe quando haverá vôo. O edifício dos laboratórios passa a ser o novo dormitório e as salas que aqui vemos vazias ficaram cheias de camas de recurso. Na Antárctica o clima é que mais ordena e há que saber esperar. Durante a tarde, o Pedro Ferreira e o Joao Mata retribuem-nos a visita. Também eles estão na mesma situação e decidiram caminhar até Great Wall. Fazemos-lhes uma visita aos vários pontos, mostramos-lhes os nossos peixes, e partilhamos um café no pavilhão que agora serve de sala de refeições. Mais uma hora de conversa e têm de partir que o tempo piorou: um vento frio e forte começa a soprar. Despedimo-nos sem muita convicção pois não parece que possam sair da ilha tão cedo. Mas, a meio da noite surge a indicação que o novo voo estava previsto para as cinco da manhã. O vento é forte mas não haverá nuvens durante um pequeno intervalo e o sol nasce por volta das três... despedimo-nos dos tailandeses, os nossos colegas de conversa em inglês, pois se tudo correr como previsto às três e meia saem da base e já não os veremos ao pequeno almoço.
E assim foi! Boa Viagem! José Xavier e José Seco A cadeia alimentar marinha no Oceano Antártico é conhecida por ser geralmente considerada pequena. Isto porque em 3 níveis tróficos (microalgas - Camarão do Antártico – Baleias) a energia da produção primária (microalgas) poderá ser rapidamente transferida para o topo da cadeia alimentar (Baleias). The Antarctic marine food web is generally known to be small. With only 3 trophic levels (microalgae – Antarctic krill – whales), the energy of primary production (microalgae) could be easily transfered up to the top of the food web quickly. No entanto, esta noção tem sido questionada, pois poderá ser mais complexa. Nos anos quando o camarão do Antártico não é abundante, o papel de peixe mictofideos parece aumentar, fazendo com que as microalgas sejam consumidas por zooplâncton (que não camarão do Antártico, como por exemplo copépodes), e estes por peixes e lulas, que serão presas para os predadores de topo (incluindo Baleias, focas e pinguins). Nos nossos estudos temos vindo a identificar que estas mudanças na cadeia alimentar marinha pode estar associada às alterações climáticas, com anos “bons” (com condições favoráveis) com muito camarão do Antártico, e anos “maus” (com condições desfavoráveis, como águas mais quentes) com pouco camarão do Antártico. Para compreender melhor estes mecanismos, é preciso conhecer a biologia e a ecologia dos animais que vivem no Oceano Antártico. Nestes dias apanhámos, com as redes MAMOTH e RMT8, larvas de camarão do Antártico, mas também lulas e peixes. However, this view has been questioned recently, as there is evidence that such 3 trophic levels could hide a more complex food web interactions. In some years, when the Antarctic krill is not abundant, the role of myctophid fish seems to increase, with phytoplankton being consumed by zooplankton (excluding Antarctic krill), such as copepods, and these be consumed by squid and fish. These would be eaten by top predators (including whales, penguins and seals). In our studies, we already identified that these changes in the marine food web could be attributed to climate change, with “good years” (with favourable conditions) with abundant Antarctic krill, and “bad years” (with unfourable conditions, e.g. more warm waters that usual) with little Antarctic krill. To learn more about the ecology of Antarctic marine organisms, it is essential to catch them. During these past days, using the MAMOTH and RMT8 nets, we have found Antarctic krill larvae, fish, squid, between many others. Estamos agora numa fase mais intensiva do cruzeiro científico com um programa intensivo de amostragem, com a rede maior (RMT25). Excitante, não?
We are in a very intensive phase of the research cruise, in which we will be using the biggest net onboard (RMT25)... we are getting excited! |
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